Fisioterapia

Liberação Miofascial nas Pubalgias

By 6 de julho de 2018 No Comments

Em ano de copa se discute muito sobre as disfunções que acometem os jogadores de futebol. Uma das alterações muito comum nessa população é a Pubalgia, caracterizada como uma síndrome não infecciosa, inflamatória e que afeta a sínfise púbica e os tecidos moles adjacentes, tais como músculos e fáscia. Quando não diagnosticada, avaliada e tratada adequadamente, pode gerar perda de desempenho ao atleta e afastá-lo por longo tempo da prática do esporte (ANGOULES AG, 2015).

Mecanismo de lesão: durante o chute no futebol, um membro inferior que está apoiado permanece estendido. Nessa posição, o reto femoral fixa o púbis em uma posição inferior, enquanto o reto abdominal abaixa o ombro e a caixa torácica do lado do apoio. No lado do membro elevado, que também permanece estendido, o peso do corpo exerce uma força sobre o corpo do ilíaco, de maneira a rodá-lo anteriormente. O reto abdominal eleva o púbis, o ombro desloca-se para trás e para cima, de maneira a potencializar a ação do reto abdominal e os oblíquos elevam o ilíaco do lado do chute. Quando ocorre a batida da bola, há um movimento de rotação inversa de tronco que solicita o oblíquo externo contralateral, que trabalha juntamente com os músculos adutores, de maneira a equilibrar as forças (AZEVEDO DC, 1999).

Ainda se discute muito sobre o tratamento fisioterapêutico das Pubalgias. A literatura descreve alguns meios de tratamentos nessa disfunção, dentre eles, destaca-se a terapia manual, que abrange manipulação e a mobilização dos tecidos moles e fáscia. A liberação miofascial dos meridianos miofasciais é de extrema importância, desde que seja realizada de maneira correta, construída com base em raciocínio clínico. Esses meridianos miofasciais são considerados linhas de tração que distribuem tensões, transmitem a força e afetam as estruturas e funções do corpo. Em 2016, Wilke ET Al., realizaram uma revisão sistemática trazendo evidências dos meridianos miofasciais. Uma linha de tração que teve grande evidência, foi a Linha Funcional Frontal: que distribui tensões entre peitoral maior-reto abdominal / reto abdominal-adutor longo.

Essa linha está no trajeto da Pubalgia, sendo uma ferramenta importante para tratar essa disfunção, portanto, antes de realizar uma liberação miofascial pense qual meridiano miofascial quer liberar, qual gesto esportivo o atleta realiza, qual mecanismo ocorreu a lesão e utilize sempre o raciocínio clínico.

José Rubens Zambelli

Discente em Fisioterapia no Centro Universitário Metodista IPA
Membro Fundador da Liga de Fisioterapia Esportiva IPA
Formação em Dry Needling, Liberação Miofascial, Bandagens Funcionais
Participou como avaliador dos testes funcionais na Pré Temporada Minas Tênis clube em 2018

Referências usadas:

ANGOULES, Antonios G. Osteitis pubis in elite athletes: Diagnostic and therapeutic approach. World journal of orthopedics, v. 6, n. 9, p. 672, 2015.
AZEVEDO, Daniel Câmara; PIRES, Flávio de Oliveira; CARNEIRO, Ricardo Luiz. A pubalgia no jogador de futebol. Rev Bras Med Esporte, v. 5, n. 6, p. 236-238, 1999.

Foto:

Adaptado de:

A Research Review of Jan Wilke’s ‘What is Evidence-Based About Myofascial Chains?’ by Holly Clemens

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